segunda-feira, 28 de março de 2016

Consulta pós-FIV

Aos poucos fui "acordando" para o mundo. A tristeza e todos os outros sentimentos negativos continuavam cá mas fui recuperando a capacidade de reação.
Eu e o marido decidimos marcar uma consulta numa clínica privada. Ouvir outra opinião, uma outra avaliação do nosso caso, saber quais as probabilidades. O Centro de Genética e Reprodução Prof. Alberto Barros foi a nossa escolha.
Depois de contar o nosso historial e mostrar todos os exames, o Dr. J. disse-nos que deviamos mesmo tentar um segundo tratamento. Apesar da endometriose e do desfecho da primeira fiv, tinhamos também condições que jogavam muito a nosso favor, nomeadamente o facto de sermos jovens, de eu ter uma reserva ovárica bem razoável e do espermograma estar normal. Disse que o facto de só terem puncionado três ovócitos na primeira fiv, não significava que ía acontecer novamente. Pelo contrário, essa história dos folículos vazios, são situações raras e isoladas e o mais provável é que a situação não se repita num próximo tratamento. Quanto à fecundação dos ovócitos por dois espermatozóides disse que nesse caso talvez fosse melhor fazer ICSI, mas que iria depender da quantidade de ovócitos recrutados na punção. Além disso, precisaria de ver o relatório da FIV para uma melhor avaliação. "Aqui ou no CHAA, acho que devem mesmo insistir num novo tratamento. Seria uma pena se não o fizessem".
Para o caso de querermos avançar com o tratamento lá, pediu os seguintes exames/análises:

Histeroscopia
Cariótipos de linfócitos de alta resolução de ambos
Repetir a análise à anti-mulleriana
Repetir espermograma
Relatório da primeira FIV

Um mês depois, fomos finalmente à consulta pós FIV no CHAA. Estava muito curiosa em saber o que nos iam dizer e ía com um monte de questões na minha cabeça.
"Está aqui o vosso relatório. Querem colocar alguma questão?", perguntou o Dr. R.
"Sim! Gostava de saber o que aconteceu ao certo na minha punção e se há alguma explicação para isso", perguntei.
"Não faço ideia. Não fui eu que lhe fiz a punção.", responde no seu habitual tom de voz monocórdico e expressão apática.
"Foi, foi!", lembra a enfermeira.
"Fui? Ah sim, pois fui. Já me lembro. O que aconteceu foi que o seu ovário direito estava muito puxado para trás, atrás do intestino, e ao tentar puncionar ele fugia mais para trás. Achamos que era muito arriscado e decidimos não puncionar." WTF!! Então e aquela história dos folículos vazios?? Aparvalhada com a resposta, perguntei se numa próxima punção iria voltar a acontecer.
"Sim, o mais provável é voltar a acontecer porque o óvario não vai mudar de sítio." Silêncio. "A não ser que a sua endometriose evolua. Nesse caso, o óvario ficaria mais fixo. Por um lado seria mau, mas por outro podia permitir a punção." Aquela parte em que achamos que pior não pode ser... Mais alguma coisa?
"E quanto ao protocolo num próximo tratamento? Seria o mesmo?", perguntei.
"Sim, à partida será igual. Longo com 3 meses de agonista antes da estimulação. Como o tratamento só será daqui a um ano, já vai ter mais idade, e por isso contamos que a sua resposta seja mais fraca. Mas ainda assim, vamos diminuir a dose do menopur por causa do risco de hiperestimulação... como desta vez teve uma hiperestimulação borderline, com um estradiol de 2800...". Ai tive? Isto é só novidades! 😮
"Resumindo", continuei. "O mais certo é não voltarem a puncionar o óvario direito. Esperam que daqui a 1 ano tenha uma resposta inferior mas mesmo assim querem baixar a dose. Então se neste tive três ovócitos, no próximo terei 2 ou 1! Pelo menos fazem ICSI, certo?"
"Não", responde o Dr. R. "Só faziamos ICSI se o espermograma estivesse mau ou se não houvesse fecundação."
"Pois, mas houve fecundação anormal, ou seja, é o mesmo que não haver!"
"3 não é um número estatisticamente significativo por isso não podemos dizer que numa próxima vez irá acontecer o mesmo. Só os referenciariamos para ICSI se houvesse ausência total de fecundação".
Estão a imaginar o lume que eu tive no peito? 😠😠😠
"Não sei se querem tentar novamente... a decisão é vossa." Mesmo? Obrigadinha pela ajuda e pelo empenho! 😲
O marido, não se manifestou. Mas estar 1 ano à espera para puncionar 2 ou 3 óvulos e depois levar com a notícia de que tiveram que ser descartados por fecundarem mal não estava nos meus planos.

Saí de lá completamente revoltada e com o peito a queimar!
Era a história da aspirina. Era a punção com folículos vazios que agora já era por causa da posição do ovário. Era o esquecimento deles, as informações erradas. Era a não ICSI mesmo com o historial anterior. Oh pá...

Não havia mais esperança, o único centro de PMA que me poderia ajudar c*g** para mim. E agora?

Depressão

Os dias que se seguiram foram profundamente angustiantes. A profunda tristeza não me permitia reagir. Sentia nojo de mim própria, vergonha!
Quando me olhava ao espelho, não via uma mulher mas antes uma aberração! Um corpo disfuncional, incapacitado e inútil... Odiava-me!

As poucas pessoas que sabiam do tratamento, como o marido e a minha mãe, achavam exagerado da minha parte reagir assim. Não entendiam o que eu estava a sentir. Agiam como se nada fosse, diziam piadas, divertiam-se e conversavam sobre assuntos inúteis.
O marido, embora envolvido nisto, não sente as coisas da mesma forma que eu. Para ele, se resultar ótimo, se não resultar paciência. Aliás, acho (tenho a certeza) que ele não vê isto como um tratamento nosso mas sim como um tratamento meu, pois como ele próprio diz "eu não tenho problema nenhum". Percebi a "envolvência" dele quando reclamou por ter que fazer espermogramas, quando reclamou da falta de privacidade num tratamento destes, quando o lembrei do dia e hora da transferência dos embriões e ele perguntou surpreendido "mas eu também preciso de ir?". Sim! É verdade que o problema é meu e não dele. E sim, é verdade que estes tratamentos nos expõem mais do que aquilo que desejavamos. Mas se ele quer um filho e, segundo ele, só quer se for comigo, então lamento, mas passa a ser um problema de ambos, do casal! E entendo que ir à "salinha" colher os próprios fluídos num frasco para ir entregar à bióloga não seja propriamente confortável. Mas, ei! Eu tenho constantemente pessoas a mexer e a olhar para o meu meio das minhas pernas!!! Seja em ecografias, exames, cirurgias, punções, transferências! Vamos mesmo falar de exposição e falta de privacidade? A sério? Pelo menos a única coisinha "chata" que ele tem que fazer é numa sala privada, onde ninguém o vê nem ninguém lhe toca. Nem sequer tem que se injetar com carradas de hormonas. E sim, a transferência de embriões é um procedimento feito em mim, no meu corpo. Mas não é óbvio que ele tem de estar presente? Afinal de contas é do NOSSO embrião que estamos a falar, da mistura dos NOSSOS GENES!
E a minha mãe... adoro-a! Do fundo do meu coração! Devo-lhe muito na vida, já para não dizer que lhe devo a minha própria vida. Mas... ela não me entende mesmo. Na sua ingenuidade parece que goza com a situação. Adora lembrar-me que engravidou sem querer e sem saber bem como, tal como todas as mulheres da família. Ri-se. Adora contar-me das gravidezes dos outros e dos bebés dos outros. Disse-me coisas frias e rudes quando eu estava em modo "deprê", roubando-me o direito de fazer o luto da situação. Diz a rir que se eu nunca engravidar "olha fixe! Ficamos os três! Eheheh!". Fixe???

Senti que estava sozinha nisto. Incompreendida e desamparada. Ninguém sentia a minha dor.
A partir daí, decidi que seria mais fácil fingir que estava tudo bem e guardar o sofrimento só para mim. Revoltar-me, deprimir e chorar só em privado. Em público colocava a "máscara".


sábado, 26 de março de 2016

Pesadelo

Foi-nos dito que se houvesse fecundação teríamos que estar no CHAA segunda-feira às 12 horas para a transferência dos embriões. Caso não houvesse fecundação ligavam-nos no sábado a dizer para não irmos. Se não recebessemos nenhum telefonema era sinal que pelo menos 1 tinha fecundado.

Vocês conseguem imaginar a enorme ansiedade que isso gera? Dormi mal. Tive sonhos muito intensos e confusos, acordei várias vezes durante a noite. O ar parecia que não chegava aos pulmões. O coração, esse estava acelerado. Não queria estar perto do telemóvel. Até quando o telemóvel do marido tocava parecia que estava prestes a ter um ataque cardíaco! O coração disparava, ficava tonta e deixava de ver durante uns segundos. Foram horas muito difíceis.

A manhã passou. Estavamos no início da tarde e eu comecei a ficar mais calma. Sabia que a tal chamada seria até essa hora. Comecei então a ganhar alguma esperança... mas não fiquei sossegada. Ok houve fecundação. Mas será que foi 1? 2? Todos? E o desenvolvimento? Estava bom? Não sabia nada de nada e isso dava cabo de mim. Quem me conhece sabe que o facto de não saber das coisas ao pormenor me destrói. Sentia-me perdida.

Finalmente chegou a segunda-feira! À hora marcada lá estavamos nós. Estava ansiosa mas feliz por ir receber o meu bebé ou os meus bebés.
Chamam os nossos nomes e entramos no ganinete. Estava a Dra. S., a enfermeira e a bióloga.
"Temos boas e más notícias", disse a bióloga. "Todos os ovócitos fecundaram, o que é ótimo. É sinal que eles se entendem. Dois deles até fecundaram por mais que um espermatozóide! Mas esses tiveram que ser descartados porque são inviáveis. O terceiro é um embrião muito mau, com um desenvolvimento muito lento. Tem 50% de fragmentação e apenas 4 células. Era suposto ter 8 células neste momento. Como estes embriões raramente implantam, normalmente nem fazemos a transferência e até fizemos esse apontamento na vossa ficha." E mostra-me a nossa ficha onde se lia em letras grandes "SEM TRANSFERÊNCIA".
E a Dra. S. acrescenta "mas claro que a decisão de transferir é vossa. Contudo, pensem bem porque neste hospital nunca houve nenhum caso em que tivesse ocorrido gravidez com um embrião destes. Se transferirem conta como tentativa e por isso têm que esperar 1 ano para um novo tratamento porque voltam para o início da lista de espera. Se não transferirem, não conta como tentativa porque é um tratamento cancelado. E nesse caso, entram para uma lista especial e daqui a 3 meses podem fazer um novo tratamento. Pensem bem... A Mia é jovem e nós gostavamos de lhe fazer um novo tratamento."
E a parte da boa notícia?? É que não percebi! A sério que acharam que o facto de fecundarem por 2 espermatozóides era uma boa notícia?? Uau que fixe! Isto fecunda tão bem que até conseguem entrar dois espermatozóides no mesmo óvulo! A seguir vão para o lixo mas essa parte não interessa nada! 😑
Ouvimos tudo em silêncio. Enquanto as ouvia só tive vontade de morrer. Perguntei qual era a probabilidade de resultar, ao que me responderam 1 ou 2%. A bióloga acrescentou que tinha tido um único caso de sucesso com um embrião destes, não ali, mas numa clínica privada onde também trabalhava.
Deram-nos um tempo para pensar. Eu tinha esperança que aquilo fosse mais um dos muitos pesadelos e que ía acordar em breve.
Quando consegui organizar os pensamentos, decidi que queria fazer a transferência. Já que eu estava sempre no grupo dos raros para as coisas más, podia também estar no grupo dos raros para uma coisa boa. O marido tentou chamar-me à razão. Mas aceitou a minha decisão.
A transferência foi feita.

Recomendações: continuar o progeffik de 8 em 8 horas até ao dia do beta hcg; repouso relativo nos três dias seguintes.

Segui as recomendações à risca. Foram dias angustiantes, sempre atenta a qualquer sinal do meu corpo. Tentei agarrar-me aquele 1 ou 2%, ora tinha esperança, ora não tinha. Mergulhei na net, li todos os estudos que encontrava, todos os testemunhos! Apontava todos os sintomas que tinha, por muito insignificantes que podessem ser.
Lembro-me de ter um pesadelo em que estava rodeada de sangue. Acordei sobressaltada e a transpirar. Fui ao wc e vi que o papel higiénico tinha um fiozinho mais escuro. Estava no dia 11 após a transferência. Percebi que tinha terminado ali. No dia seguinte, sangue vivo e em abundância.

Não queria ver nem ouvir ninguém. Não queria saber como estava o mundo lá fora. Não queria existir. Desejava intensamente que o meu coração parasse de bater. Dormir era o melhor. Enquanto dormia não sentia... e tinha esperança que algo acontecesse e não voltasse a acordar mais.


1ª FIV

Fomos finalmente chamados para planear o tratamento. Protocolo longo (ultra longo) com agonista por três meses e só depois iniciar a estimulação. Tudo por causa da diabólica. A boa notícia é que já não havia sinais do endometrioma. Foi-se!

24/08 Lucrin depot 3.75 mg 
21/09 Lucrin depot 3.75 mg
19/10 Lucrin depot 3.75 mg



Nova consulta. Ecografia e análises. Tudo ok para começar a estimulação.
Estava contente por finalmente começar o tratamento. Com receio do negativo, sim. Consciente das taxas de sucesso que rondam apenas os 30%. Mas estava contente por finalmente fazer algo que era a solução para mim e que me podia dar aquilo que eu mais queria na vida.

02/11 Menopur 225 UI
03/11 Menopur 225 UI
04/11 Menopur 225 UI
05/11 Menopur 150 UI
06/11 Menopur 150 UI > Ecografia de monitorização 
07/11 Menopur 150 UI
08/11 Menopur 150 UI
09/11 Menopur 150 UI
10/11 Menopur 150 UI > Ecografia de monitorização
11/11 Ovitrelle



Na segunda eco de monitorização, "calhou-me" um Dr. que eu não conhecia mas que também fazia parte da equipa. Tive um "pequeno" desentendimento com ele por causa da aspirina. Não estão bem a ver... Então não é que ele se lembrou (nesta altura do campeonato) de ralhar comigo por eu tomar aspirina? "Isso está no meu processo desde há 1 ano! Disseram que não havia qualquer problema!", respondi, enforecendo ainda mais o homem. Ele devia estar passado dos carretos porque pelos vistos devia ter parado com a aspirina 1 semana antes da punção e... ninguém da equipa se lembrou de me avisar. E claro, toca a mandar as culpas para cima de mim. "Repito. Isso está no meu processo há 1 ano. Não sei como funciona a vossa comunicação interna mas se realmente acham que a aspirina pode ser prejudicional não era suposto termos falado disto há mais tempo?". Eu sei, eu sei, fui arrogante. Mas o que é que querem? O gajo enervou-me! Já não basta a pressão e o stress a que estamos expostas num procedimento destes, ainda tenho que levar com este a gajo a resmungar comigo e a culpar-me daquilo que não tenho culpa?? Ok, foi um lapso deles. Tudo bem, acontece. Eh pá, mas mandar as culpas para cima de mim a resmungar e a por-me mais nervosa isso é que não! 😤
Grande debate que se seguiu por causa da aspirina. O Dr. que faz as eco's, por sinal muito querido e atencioso, e a Dra. novinha (seria estagiária?), também muito simpática, assistiam ao debate com ar sério e de olhos arregalados. Coitados.
Anyway... ambos tivemos o bom senso de por o assunto da aspirina de lado e falar do mais importante.
Disse que estava tudo bem, que tinha tido uma boa resposta à indução e que tinha 8 folículos de bom tamanho, pelo que esperavam obter 8 ovócitos na punção.
Recomendações: administrar o ovitrelle às 21 horas em ponto, uma vez que o efeito ocorre 36 horas após a administração. No dia da punção estar lá às 8h da manhã em jejum.

Chegou o dia da punção e lá estavamos nós. Eramos 3 casais. Todos em busca do mesmo.
Vestir aquela batinha, soro e aguardar... 9h30... e aguardar... que ansiedade!
Vem a bióloga, muito simpática, falar connosco e esclarecer-nos algumas dúvidas visto que era a nossa primeira vez.
"Alguma questão que queiram colocar?", pergunta a bióloga.
"Sim", respondi. "Como é que eu sei que não vai misturar os meus óvulos com o material de outro homem e vice-versa?" Ela devia estar à espera de muitas perguntas, menos desta. E vocês "oh Mia! Lembras-te de cada uma!". Que foi? Vão-me dizer que isto nunca vos passou pela cabeça! A bióloga riu-se e garantiu-me que isso não acontecia, só se "estivesse maluquinha". E como é que podemos saber que ela não se engana sem querer? Nunca se enganaram e puseram sal no café em vez do açúcar?

Deviam ser umas 11 horas quando finalmente fui para o bloco super nervosa.
Assim que acordo, mal consigo abrir os olhos, perguntou quantos ovócitos me retiraram.
"Três", responde a enfermeira.
TRÊS!? COMO ASSIM?? Mas eu tinha 8! Não pode ser! Tem de haver algum engano! Aquilo não me podia estar a acontecer! Alguém que me adormeça outra vez!
Depois de estar bem desperta e do chá com bolachas, vem o Dr. falar connosco. E não é que era o Dr. Aspirina? Imediatamente pergunto porque raio me retiraram apenas 3 ovócitos quando era suposto ter 8. Ele responde que a infertilidade é algo muito complexo que coisa e tal blá blá blá e que não podia responder a isso porque não havia explicação. Simplesmente por vezes acontece de os folículos estarem vazios e não haver ovócitos para puncionar. É raro acontecer mas acontece. E aconteceu a mim... A Dra. Novinha acrescentou com ar sério que foi difícil anestesiar-me. Parece que eu não parava quieta e tiveram que me administrar uma dose mais forte para conseguirem por-me devidamente anestesiada. Mais... que tive uma hemorragia a meio do procedimento e por isso é que tinha uma compressa "ali" no meio.

Recomendações: repouso nesse dia e progeffik de 8 em 8 horas.

Esta foi a minha punção. Pior não podia ter sido. A verdadeira sexta-feira 13!

Again!

Passaram três meses depois da laparoscopia e terminei o decapeptyl*. Estava pronta para iniciar os treinos, desta vez limpinha da doença! 😃
Entretanto, eu e o namorado decidimos oficializar a nossa união 😍 Casamos, fomos de lua de mel e foi maravilhoso! ❤ Cabo Verde, mais propriamente Ilha do Sal, foi o destino. Muito sol, um mar azul turqueza, muita música e comida deliciosa. TOP! 👌



4 meses de treinos e o milagre da vida simplesmente não acontece.
Marco consulta com uma GO que faz parte da equipa de PMA do CHAA. Faz-me ecografia e diz-me que tenho um endometrioma. Aconselha-me a fazer fiv o mais rapidamente possível, manda-me fazer a análise anti-mulleriana para avaliar a minha reserva ovárica e receita-me visanne para ver se conseguiamos limpar, ou pelo menos diminuir, aquele maldito até à fiv. Saí da consulta completamente arrasada.
A demoníaca endometriose não me larga e quer destruir a minha vida. 😔

Anti-mulleriana
1.67 ng/mL  *  11,94 pmol/L

Inferior a 0,16 ng/ml: MUITO BAIXA RESPOSTA. Espera-se 1 ou 2 ovócitos à indução;
Entre 0,16 e 1,0 ng/ml: BAIXA RESPOSTA. Espera-se entre 2 a 5 ovócitos à indução;
Entre 1,0 e 2,0 ng/ml: MÉDIA RESPOSTA. Espera-se mais de 5 ovócitos à indução;
Entre 2,0 e 4,0 ng/ml: ALTA RESPOSTA. Espera-se mais de 10 ovócitos à indução;
Superior a 4,0 ng/ml: MUITO ALTA RESPOSTA. Espera-se cerca de 20 ovócitos ou mais à indução. Risco elevado de Síndrome do Hiperestimulação Ovárica.

Parece que tenho uma anti-mulleriana razoável.

sexta-feira, 25 de março de 2016

O Exterminador Implacável

Na consulta, o médico, famoso por exterminar endometrioses, ouve-me atentamente enquanto aponta todo o meu historial. Faz-me uma ecografia e um toque. Viu mais que um quisto sugestivo de endometriose e sentiu um nódulo no espaço reto-vaginal. Explicou-me como se comporta a doença, contou-me alguns casos que teve, como por exemplo, o caso de uma mulher com endometriose avançada que ficou com um rim "estragado" por causa da doença, outro de uma mulher que devido ao tumor reto-vaginal ficou com colostomia (aquele saquinho na barriga para as fezes). MEDO! Perguntei logo em que estado da doença eu estava, ao que ele respondeu que não sabia. Teria que fazer uma ressonância magnética e análises aos marcadores tumorais CA-125 e CEA. Disse-me que depois desses resultados é que falariamos melhor. Chamou a assistente para me dar as indicações necessárias para fazer a ressonância naquele mesmo dia, com um técnico em particular.

Já com os resultados prontos fui a uma nova consulta.
CA-125 elevado que sugere que a doença está ativa.
CEA normal
Ressonância magnética revela endometriomas nos dois ovários, tumor no septo reto-vaginal, vários focos de endometriose espalhados no peritoneo e intestino.

"Pois, isto está feiito está. Claro que tem muitas dores. E da maneira que isto está é praticamente impossível engravidar pela via normal, só se for com fiv mas mesmo assim é mais difícil".
"E agora?", perguntei, apavorada com a resposta que podia vir dali.
"Agora isto só lá vai com cirurgia."
"Cirurgia? Mas é uma cirurgia simples... não é?", perguntei.
"Isto de simples não tem nada. É cirurgia para umas 4 ou 5 horas. É delicada porque vou ter que remover os focos quase que milímetro a milímetro. E no caso do nódulo no septo reto-vaginal há sempre risco de ficar com colostomia. Mas se não for retirado também há risco de ele aumentar, perfurar o intestino e ficar com colostomia na mesma. A vantagem é a recuperação, que por ser por laparoscopia é mais fácil e mais rápida. Mas é mais difícil para mim" e riu-se. Que piada...
Gente... não queiram saber o pânico que senti. Não queria acreditar que aquilo me estava a acontecer!
Marquei a porra da cirurgia. O Dr. deu-me as recomendações todas. Mandou fazer uma dieta específica para fazer 1 semana antes, um medicamento para limpar o intestino e recomendou jejum 24 horas antes. Tudo para minimizar ao máximo o risco de colostomia.

Chegou o dia. Não me saía da cabeça a imagem de acordar com um saco na barriga. Não estava preparada para aquilo!
No bloco operatório, o aparato normal. Anestesista, enfermeiros, instrumentista, o Dr. Alves e o médico assistente. De uma coisa eu tinha certeza. Depois de sair dali a minha vida ia mudar! Se para melhor ou para pior, isso é que eu não sabia.
"Ora vamos lá dar cabo dela!", diz o Dr. António Alves já equipado, cheio de determinação. Espero que "ela" seja a endometriose! 😓
"Vamos dormir um soninho?", disse a anestesista toda simpática. É agora! "Relaxxeeeee..."

Ouvi o meu nome ao longe e senti qualquer coisa bater-me na cara. Abri os olhos, e depois daqueles segundos em que tento perceber onde estou e o que aconteceu, vou logo com as duas mãos à barriga. Nada de saco! Não estava colostomizada! Que alívio tão grande!
O Dr. Alves diz que correu tudo bem, conseguiu remover praticamente todos os focos e que o meu sistema reprodutor ficou preservado. Disse também que as trompas "estão boas e recomendam-se". Concluindo, depois de recuperar e de terminar o medicamento que me ia mandar tomar durante 3 meses, tinha condições para engravidar. Fiquei tão contente! Não podia ter corrido melhor! Finalmente boas notícias! Uhuhhh 😃😃😃
5 dias depois estava novamente em casa. Limpa da doença, graças ao meu salvador, António Alves, que exterminou a maldita doença.



Alves 1 - 0 Endometriose
Alves, the Endominator!

Afinal não sou um Alien

Fiv foi o conselho que as médicas me deram. Mas eu sabia que uma fiv era um tratamento muito caro, entre os 3 e os 4 mil euros. Isto sem contar com os exames necessários para o procedimento e os medicamentos. Os seguros de saúde não comparticipam qualquer tratamento de fertilidade nem exames/análises relacionados com isso. Não tinha como pagar um tratamento destes. Só restou uma opção. Pedir ao médico de família que me encaminhasse para as consultas de PMA através do SNS.

Comentários do médico de família
"E para que queres engravidar já? És muito nova!" Oh pá este gajo tira-me do sério! 😠, "Um ano e meio? Isso é pouco tempo. Ainda és nova." Como??? Pouco tempo?! É suposto os casais andarem 4 ou 5 anos a tentar? "Doutor, mas eu tenho endometriose e consultei alguns especialistas que me disseram que eu tenho que fazer uma fiv." Ficou a olhar para mim "..." Silêncio total. Parecia que eu estava a ver estampado na cara dele "Tem o quê?? Endoquantas?" 😒
Sem mais palpites desnecessários lá fez o "favor" de nos encaminhar para o CHAA.

Informei-me sobre as listas de espera e soube que para a primeira consulta demorava cerca de 3 meses mas como ia apanhar o período das festas natalícias poderia demorar mais. Depois para a segunda consulta 1 ou 2 meses e para fiv/icsi mais 7 meses. Ou seja, a correr bem, dali a 1 ano fariamos a fiv. UM ANO?? 😢
Como é que eu ia conseguir esperar um ano? E as dores que estão cada vez pior? O que faço com elas? Que desespero!

Pesquisei na net e... olha! Não é que existe uma Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose chamada Mulherendo? E não é que existem pessoas iguais a mim?
Li relatos como "anos de dor intensa sem diagnóstico", "8 anos para o diagnóstico", "10 médicos até ao diagnóstico", "engravide que isso passa", "tomo morfina para as dores".
Li também alertas como "endometriose é uma doença de difícil diagnóstico", "endometriose é uma doença grave", "endometriose afeta 1 em cada 10 mulheres em idade reprodutiva", "endometriose pode causar infertilidade", "endometriose tem tratamento", "nem todos os médicos ginecologistas são especialistas em endometriose", "a endometriose tem de ser tratada por um especialista com experiência na doença", "a endometriose pode atingir todos os órgãos".
Nem queria acreditar! Afinal eu não era um Alien! Afinal haviam mais como eu!
Vi que um dos médicos recomendados pela associação era um tal de António Alves que dá consultas no Hospital da Arrábida. Apressei-me a marcar consulta!




Endometriose: a doença fantasma

Estava na fossa! Sentia-me um farrapo sujo, feio e velho, daqueles que não servem para nada. "Porquê a mim?"
Consultei mais 2 médicas, já que o anterior disse que não podia fazer mais nada por mim. Quanto à dor disse que "faz parte". E pronto... fiquei assim ao abandono... sem saber se realmente tinha a tal endometriose ou não, com dores cada vez mais fortes e sem saber o que fazer.
Das duas médicas que consultei a seguir, uma era especialista em infertilidade e a outra em doenças do sistema reprodutor feminino, entre as quais, endometriose.

Consulta com a Dra. I. especialista em infertilidade
Conto-lhe que tento engravidar há um ano e meio, que tenho dores muito fortes, da suspeita de endometriose por parte do médico anterior e dos tratamentos que fiz.
Responde que não sabe o que pode fazer por mim, visto que já fiz induções de ovulação com coito programado. Diz que talvez esteja na hora de fazer uma Fiv, e acrescenta "mas também ainda é nova".
Quanto às dores e à hipotética endometriose, "Pois... a endometriose é chatinha é. Mas quanto a isso não há grande coisa a fazer".
Nem se dá ao trabalho de me observar, nem me faz ecografia (mesmo sabendo da suspeita de endometriose). Simplesmente me ouviu e deu o conselho dela.

Consulta com a Dra. M. especialista em doenças do sistema reprodutor feminino
Conto a mesma história.
Faz-me uma ecografia e observa-me. "Não vejo aqui quisto nenhum. O que eu vejo é que os ovários estão muito juntos ao útero." Hmm? E não é suposto estar??
"Ora bem... endometriose... não sei, não vi nada que sugerisse endometriose mas isso não quer dizer nada. Pode ter, pode não ter. Eu diria 50% de hipóteses de ter." A sério? Grande conclusão! Ou é boi ou vaca!
Ok. Pergunto que exames poderei fazer para saber se realmente tenho endometriose ou não, o que se pode fazer para combater ou curar.
Resposta: "Não há nada a fazer minha querida. É chato eu sei. O melhor é fazer uma fiv e quando engravidar isso melhora bastante. Mas de fiv's não percebo nada. Tem que ir a uma clínica especializada" Percebe de quê afinal??

Mas afinal tenho ou não essa porcaria? F***-s*! Ninguém sabe de nada, não há nada a fazer! A endometriose é uma doença fantasma? Uma espécie de mito que ninguém vê, que ninguém pode combater??
E a dor? Só me dizem que é normal e que tenho que aguentar. Será que todas as mulheres têm e eu é que sou muito mariquinhas? Ou será que ando tão abalada com isto que estou a somatizar? Uma depressão mascarada, talvez.
Aff... exausta. Sinto-me uma alienígena. Os humanos já não sabem o que fazer comigo.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Em busca da causa

Como já tinha passado um ano e a minha GO não parecia muito interessada em investigar a causa por ser muito nova e por achar que estava tudo bem, decidi mudar de médico.
Consultei um GO muito conhecido e famoso por ser um profissional exemplar. Quando lhe conto o percurso até à data, lá vem a conversa "Caaaalma... és muito nova. Tens tempo. Sabes que a ansiedade não ajuda nada". Eh pá, mas será que eles não se calam com a merd@ da ansiedade e da idade? Nervos! 😠
Lá me faz ecografia e... "Hmmm... tens aqui um quisto no ovário". Oh Céus! "Tens dores menstruais fortes?" Sim, muitas! "Pois. Pelo aspeto do quisto e pelos teus sintomas parece que se trata de endometriose". Hmm? Endo quê? Que é isso? "Mas não te preocupes, não é nada de grave, é só uma doença chata. Mas nada por aí além". Ok... 😐
Depois de análises feitas, lá constatou que não estava a ovular e que tinha a progesterona baixa. Receitou-me um indutor para tomar durante 3 ciclos ou até engravidar.

1 comprido de dufine do 5° ao 9° dia
1 comprimido de duphaston do 16° ao 25° dia

Afinal não estava tudo bem!! Mas ok. Saí da lá confiante que ia engravidar com esta medicação. Ele próprio me transmitiu essa confiança.
Mais uma vez enganei-me.
Nova consulta, novos exames e novo plano. Prescreveu espermograma para o namorado e histerossalpingografia (que avalia o estado das trompas de falópio) para mim. Se os resultados estivessem normais começariamos um tratamento de coito programado por dois ciclos. Foi o que aconteceu.

Menopur 600 UI
Pregnyl 10000 UI
Duphaston

Deveria começar o menopur no 2° dia do ciclo com uma dose de 50 UI (através de injeções subcutâneas (na barriga), fazer ecografias de monitorização para acompanhar o crescimento dos folículos, e assim que um ou dois folículos atingissem o tamanho mínimo de 17mm aplicaria o pregnyl numa injeção via intramuscular (no rabo). Esta injeção obriga a que os folículos libertem o óvulo 36 horas após a sua administração. Era nessa hora que eu tinha obrigatoriamente que atacar o namorado. A seguir tinha que tomar 2 comprimidos de duphaston por dia durante 10 dias.
Espera aí... picas? Na barriga? A mim própria?? PÂNICO!
Sabia que não podia contar com o namorado para isto, sendo ele mariquinhas com as agulhas como é, nem sequer queria ver. Socorro!
Sendo por uma boa causa, arregacei as mangas, enchi-me de coragem e tauuu! Espetei a agulha e injetei o medicamento. "Olha! Isto não é assim tão mau. Não doi nada." Pronto, a partir daí foi na boinha mesmo.






As ecografias revelavam sempre mais que um folículo dominante, respondia muito bem à medicação e tudo corria bem. "É agora, de certeza!" Mais que um óvulo libertado, forrobodó na hora H, não havia como dar errado. "Até vais é engravidar de gémeos" dizia o médico todo confiante. Uau! Gémeos! Que loucura! E lá estava eu a imaginar as duas risquinhas no teste de gravidez, a planear uma surpresa para contar ao namorado, a barriga a crescer, o bebé (ou os bebés! Oh meu deus, que alegria!) a mexer, as roupinhas, etc., etc. De repente os meus lindos sonhos são interrompidos quando o Hellboy bate à porta. Gente... não imaginam a angústia. E a dor! Talvez por estar sempre a falar mal dele, o Hellboy decidiu vingar-se de mim e esfaquear-me por dentro. Já não chegava aquela tristeza e aquela angústia, tinha também que vir aquela dor excruciante que me obrigava a andar toda encolhida e dobrada e me atirava para a cama.







Queixei-me das dores ao médico e ele desvalorizou "pois é normal, tens que aguentar". Normal? É suposto ter que se aguentar dores assim? Dores que não passam nem com tramadol (sim! Nesta fase eu já estava a tomar Tramal 100).





Cheguei a ir às urgências do hospital porque não estava a aguentar as dores e a barriga parecia que ia explodir de tão inchada que estava. Expliquei que estava menstruada e falei da suspeita de endometriose. "Ah mas isso não tem nada a ver com menstruação. Na, na senhor". 😕
Análises nomais, raio x abdominal normal. Diagnóstico: Gases!
Saí de lá com as mesmas dores, com menos 30 e tal euros na carteira e com uma receita de buscopan. "Buscopan?" Yes, buscopan. 😑

quarta-feira, 23 de março de 2016

Vida de treinante

Logo no primeiro mês de treinos tive um atraso. Os meus ciclos eram de 25, 26 dias. Sempre! E naquele ciclo eu já ia em 28 dias. Nem queria acreditar que estava grávida! Sonhei com aquilo a vida toda!!! "Bem que a médica disse que ia ser rápido", pensei. Logo à primeira tentativa! Uhuhhh espetáculo! Haja fertilidade! 😄
Não disse nada ao namorado. Queria fazer uma surpresa, fazer um jantar romântico e tal e mostrar-lhe o teste de gravidez positivo. Tudo planeado na minha rica cabecinha sonhadora.
Fui então toda feliz ao wc fazer o teste. Enquanto esperava que as duas risquinhas aparecessem imaginei a minha barriga a crescer, como iria decorar o quartinho, a reação das pessoas quando soubessem da boa novidade, enfim... só coisas fofas e giras. Todo o meu corpo tremia de tanta emoção!
Mas... quando olho para o teste vejo apenas uma risca, ou seja, negativo. COMO ASSIM?? Não pode ser! Gente, fiquei em choque! Como era possível? Os meus ciclos eram super certos, nunca passavam dos 26 dias. E logo no primeiro mês de treinos o meu corpo prega-me uma partida e faz-me pensar que estou grávida. Ainda me passou pela cabeça que o teste estivesse estragado ou que fosse demasiado cedo para detetar o hcg. Nossa, quanta ingenuidade! Dois dias depois o Hellboy apareceu e confirmou que o teste estava certo. Desilusão total. 😔
E foi assim mês após mês. Comecei a medir a temperatura basal e a fazer testes de ovulação para detetar o período fértil mas o Hellboy não me dava tréguas e visitava-me todos os meses. Voltei à ginecologista algumas vezes na esperança que ela me desse uma qualquer explicação e me receitasse algum remédio milagroso que me fizesse engravidar. Ah, e já agora, um remédiozinho mais forte para as dores menstruais fachabor, é que as danadas pareciam que estavam cada vez pior. "É normal", dizia ela, "é por teres o útero retrovertido. Toma spidifen que é mais forte. Relaxa e força aí nos treinos. Essa ansiedade toda não te leva a lado nenhum. E não te vou receitar nada porque está tudo bem contigo". Blá blá blá sempre a história da ansiedade. Que merd@ pá! 😡
Passou 1 ano. Um ano de visitas do Hellboy mês após mês. Um ano repleto de testes negativos. Nada de bebé, nada de gravidez, tudo continuava igual... exceto as malditas dores menstruais que estavam a ficar insuportáveis, mesmo com a toma do spidifen. Talvez o meu organismo tivesse desenvolvido tolerância ao medicamento e por isso já não fazia efeito.



Como tudo começou

Sou uma rapariga do norte, tenho 28 anos, filha única (morgada, como se diz na minha terra), casada e quero muito aumentar a família.
Desde pequena que decidi que iria ser mãe de três filhos e de preferência cedo, lá para os 22 ou 23 teria o primeiro, uns 4 ou 5 anos depois teria o segundo e mais tarde o terceiro. No mínimo!!! Que bela que é a inocência...
Aos 20 anos encontrei o gajo da minha vida e aos 23 (ele com com 25) juntamos os farrapos.
Com 25 anos bem fresquinhos e muito amor à mistura decidimos que não dava para adiar mais essa vontade louca de ter o primeiro bebé.
Uma consulta de ginecologia, ecografia, análises e... "Impecável!", disse a médica. "Está tudo perfeito e a funcionar muito bem. Quando quiser é só começar. Volte quando estiver aí de 5 semanas para acompanharmos a gravidez desde bem cedinho." Que emoção! Ia engravidar do meu primeiro bebé!
Bem... a história não foi bem assim. Mal eu sabia o que teria de enfrentar nos próximos tempos.